O nosso leitor Nuno Navarro, atento ao que se passa por cá, enviou-nos os links de notícias relativas a coisas da Portela. Assim foi o caso do tiroteio em Marvila com pessoal da
Quinta da Vitoria que se situa na freguesia da Portela.Lisboa - Tiroteio em colectividade de Marvila. Ajuste de contas faz sete feridosSete homens, entre os 17 e os 29 anos, foram ontem atingidos a tiro num clube recreativo na freguesia de Marvila, em Lisboa. Na origem do desfecho sangrento esteve uma discussão sobre uma dança africana, ocorrida no interior do salão da colectividade. Os agressores, perto de uma dezena de indivíduos, são da Portela de Sacavém e estão desde ontem a ser perseguidos pela Polícia Judiciária.
Ao princípio da noite de sexta-feira, cerca de uma centena de pessoas, na sua grande maioria africanas, reuniu-se no salão de festas do Oriental Recreativo Clube (ORC), uma colectividade do Bairro de Vale Fundão, em Marvila. “Era uma festa de recolha de fundos organizada por uma associação guineense”, disse ao CM José Manuel Freitas, presidente da colectividade. Animado por ritmos africanos, o convívio juntou habitantes de Chelas e da Portela de Sacavém. Joana foi à festa com Carlos, o namorado, e dois irmãos deste. A jovem, de apenas 20 anos, garantiu ao CM que tudo correu bem, até que uma roda de ‘Kuduro’ (dança de origem angolana) se iniciou no centro do salão.“Uma rapariga foi dançar para o meio da roda e um homem tocou-lhe. O namorado não gostou e começou logo uma cena de pancada entre jovens da Zona J de Chelas e da Portela de Sacavém”, disse ao CM. A violência alastrou para o exterior das instalações da colectividade. O primeiro ferido foi Carlos Cássio, um futebolista de 21 anos, namorado de Joana e residente na Zona J. “Ele levou um tiro de pistola na barriga”, recordou uma testemunha, que pediu anonimato.Os agressores, cerca de uma dezena, todos residentes na Portela de Sacavém, foram buscar mais armas ao carro. Em poucos segundos, o terror ressurgiu no interior da colectividade. “Eles partiram os vidros do salão de baile e começaram a disparar tiros de caçadeira para o salão. Outros quatro homens ficaram feridos”, acrescentou a testemunha.Os autores do tiroteio escaparam numa carrinha de marca Renault. Pelo caminho ainda balearam outros dois homens que, com medo, tinham conseguido escapar da colectividade. Quando a PSP chegou ao local já não havia sinais dos agressores. Os sete feridos, todos homens de origem africana, foram transportados para as Urgências do Hospital de São José. Quatro deles, com ferimentos de arma de fogo nos braços e pernas, tiveram alta ao final da manhã. Os outros três, de 17, 19, e 21 anos, foram operados – e ontem noite, segundo fonte médica, ainda se encontravam em risco de vida.
Já em Março, só o Corpo de Intervenção da PSP conseguiu que os dois grupos se separassem. No entanto, as ‘contas’ não ficaram ajustadas. Desde então, a PSP tem empenhado efectivos em operações ‘musculadas’ em Chelas, Quinta do Mocho, Apelação,
Quinta da Vitória e bairros limítrofes – sempre com o objectivo de controlar a violência entre grupos rivais. A tensão voltou a subir ao final da noite de sexta-feira, quando um grupo da Zona J de Chelas e bandos dispersos de jovens da Quinta do Mocho e
Quinta da Vitória, Sacavém, se encontraram dentro do Oriental Recreativo Clube, em Marvila.Uma discussão por causa de uma namorada incendiou o ambiente. Pelo menos dez jovens da Quinta do Mocho dispararam indiscriminadamente para dentro do salão de baile. Elementos do gang da Zona J responderam também a tiro. Resultado: sete feridos, três em estado grave.
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