08 setembro 2006

Manifestos do Forum - 2

Do Forum da Portela, fizemos um copy do post feito em Julho pelo Dr. Miguel Matias.
Este post merece toda a atenção, pois o seu autor foi um nado - criado, atleta e dirigente desta Portela.
Pai já de duas criancinhas, manifesta-se realmente preocupado com o que se passa por cá.

Meus Caros:
Preocupa-me, para além do muito já mencionado, a falta de atenção com o futuro do nosso bairro.Sabendo que muita, mas mesmo muita gente tem regressado à Portela ou vindo pela primeira vez, gente essa que, como é normal tem filhos, devia ser preocupação primeira a protecção das nossas crianças(naturalmente que ponho aqui em primeiro apenas porque é delas que agora falo mas, em primeiro devem ser, além das crianças, também os idosos).
Tenho reparado, assistido e até vivenciado, a forma como se lavam literalmente as mãos dos problemas.Falo da segurança das escolas, falo da abertura e fecho das escolas, falo do acesso fácil às escolas e, quanto ao que aqui importa, falo da exposição clara das crianças que entram e saiem directamente para a via pública.
Dou o exemplo que é o meu: Escola primária e jardim e infância junto ao centro. Acesso directo de um portão para onde e de onde entram as crianças, para a via pública. Distância: 4 metros.Não só via pública mas, com preocupação, uma das artérias mais movimentadas da Portela.
Quem faz?Quem olha?Quem protege e repara?
Se escrever a um dizem-me que a "competência" é de outro(termo jurídico/administrativo criado pelos serviçais públicos para afastar das costas as moscas que os incomodam).
Se fôr a outro diz-me com o ar mais condescendente do mundo, embora com alguma impaciência no olhar: "não tenho verba, houve cortes, é a crise, o que é que quer".
O que quero!!! Pergunto: o dinheiro público de quem é?
Pergunto: as opções, as escolhas, abedecem a que critérios? Ausculta-se a população (não é assim tanta) sobre o sítio onde quer que se meta o dinheiro (que é seu)?
Custa muito dinheiro mandar fazer uma barreira amovível para que as crianças não se atirem para a estrada?
Será que é preciso requerimentos, visões estratégicas, orçamentos, mapas e demonstrações para algo tão simples?E, sabem uma coisa engraçada!
Se nós, povo, orgulhoso povo, não participamos é porque nos alheamos e não manifestamos interesse, se nos preocupamos, escrevemos e manifestamos a nossa opinião (que julgamos livre embora com respeito por todos), zangam-se.
Amofinam-se porque acham, além de tudo, injusto....Imagino como vão ficar se porventura lerem estas palavras...Ora, digo isto com a propriedade de ter dado (e com muita alegria e orgulho) algum do meu tempo à nossa Portela, que estou desalentado, estou triste, estou desiludido. Com todos.


Outra situação escabrosa: os cães, os jardins, o cócó, a saúde pública, o incumprimento da lei e a impunidade total. Todas no mesmo saco, mistura-se e dá o que dá... nada, nada mesmo. Fica como está, com a justificação que se quer dar e que nos deve calar (julgam eles).
E não pensem, por favor, que estou com isto a manifestar-me contra os cães e o seu democrático direito à livre defecação. Não! Eu gosto muito dos cães, não gosto é dos donos e dos políticos. Ou, nalguns casos dos mesmos que são políticos e têm cão...Pergunto, agora em tom mais sério: a verba, o dinheiro (que é nosso, lembro a quem já esqueceu), não deveria servir para suportar o custo de um guarda que fizesse cumprir a Lei?
Que autuasse quem, prevaricando, não apanhasse o cócó do chão e o metesse num saco? Quanto custa curar uma doença que uma criança, um adulto, possa apanhar por contacto com fezes infectadas com uma bicheza qualquer? Um cócó de um cão não vacinado deve ser quanto baste...Quanto é que se gasta em manutenção de jardins e vasos (de qualidade pessoal e discutível... esse montante não podia ser canalizado para isto! São só perguntas que se destinam a provocar a preocupação e o cuidado.

(sabem uma outra coisa: as democracias directas primitivas que pensávamos só subsistiam em comunidades pequenas, rurais e recônditas, afinal, estão a manifestar-se como sendo as mais puras e avançadas formas de participação popular. Perguntar a uma população o que quer que o político faça com o seu erário, a sua terra, o seu bairro, custa muito!


Não há verba, eu sei...Bolas!!!

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Pois o Jardim Almeida Garrett, vulgo Jardim Autarquico, com esta canzoada que lá vai fazer as necessidades, deveria passar a chamar-se:
"O KAGALHODROMO"

10:41 da manhã  

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