24 maio 2007

Debater a Arquitectura Religiosa


Mais de 300 pessoas marcaram presença no primeiro Fórum de Arquitectura Religiosa que se realizou no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim. Durante dois dias, abordaram-se alguns do mais importantes projectos que estão a ser desenvolvidos no nosso país.
Perto de 300 pessoas assistiram às conferências e painéis de discussão que contaram com a presença de alguns dos mais conhecidos e prestigiados arquitectos desta área, com destaque para Alexandros Tombazis, autor do projecto da Igreja da Santíssima Trindade, a ser construída no Santuário de Fátima, Luís Cunha, autor do projecto da Cripta de São Bento da Porta Aberta e responsável pela recuperação da estátua do Cristo Rei, em Almada, Xavier Alonso, coordenador do Plano Director da Catedral de Santiago de Compostela, ou Nuno Teotónio Pereira, autor do projecto da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Lisboa, e da Igreja Paroquial de Almada. Os estudantes de arquitectura representaram a maioria do público deste evento, dado que o Fórum se revestiu de grande importância académica, mas mesmo para quem não tem formação especifica na área, esta foi uma excelente oportunidade para perceber melhor a estrutura conceptual por trás dos edifícios religiosos que foram analisados, como a Cripta de São Bento da Porta Aberta ou as futuras capelas mortuárias da Igreja Matriz da Póvoa de Varzim. Um dos projectos mais mediáticos que foram discutidos neste Fórum foi o da Igreja da Santíssima Trindade, que está a ser construída em Fátima e que deve ser inaugurada no dia 13 de Outubro deste ano. Uma das maiores dificuldades na concepção deste espaço, disse respeito à grande quantidade de pessoas que vai albergar – nove mil. Quem o disse foi Alexandros Tombazis, responsável pelo projecto, que explicou que a "dimensão e amplitude de espaço", justificaram a "grande atenção prestada à concepção de espaços mais pequenos, sobretudo no exterior, com a criação de pequenos recantos com jogos de água e jardins". No interior, a decoração vai recorrer, entre outros elementos, a obras de arte de pintores e escultores de craveira nacional e internacional.
A abertura esteve a cargo de Luís Cunha, com a conferência "Arquitectura Religiosa: Do Movimento de Renovação às Realizações do Presente e às Interrogações do Futuro". O arquitecto responsável pela Igreja do Cristo Rei, na Portela de Sacavém, a recuperação do Cristo Rei, em Almada, ou a Igreja do Carvalhido, no Porto, falou do seu projecto para a Cripta de São Bento da Porta Aberta. E fez questão de deixar um conselho aos novos arquitectos: "não olhem muito para o passado". Tanto mais que "o passado tem, com certeza, o seu peso, mas nós, os cristãos, devemos olhar para o futuro e trabalhar com valores que nos ultrapassam e prolongam".
São Bento da Porta Aberta é a materialização desta premissa, explica Luís Cunha, dado que se trata dum "templo aberto para o exterior, estabelecendo uma comunicação entre o espaço interior e sagrado e a sua envolvente externa e "profana", e que acolhe a entrada das pessoas, a sua livre circulação e a passagem da luz, tanto num plano horizontal como vertical, através da cúpula". Rui Bianchi destacou esta intervenção de Luís Cunha que considera ser "uma pessoa muito singular na arquitectura portuguesa, não só do ponto de vista da sua obra, mas no que diz respeito ao seu processo metodológico, conceptual".

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Não ha duvida que é uma obra para a historia.
Essencialmente o peditorio que durou anos e anos pelos moradores da Portela e que hoje em dia são corridos por uma turba obscurantista que acampou nas catacumbas da igreja.

5:17 da tarde  

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