10 maio 2007

A proposito do Fado e da Guitarra - ARTUR PAREDES


Estando a ser criado na Portela um Nucleo do Fado Tradicional e da Guitarra vem a proposito evocar o aniversario de um grande guitarrista.
Faz hoje 108 anos que nasceu Artur Paredes (10-5-1899).
A guitarra de Coimbra emancipou-se da sua congénere Lisboeta, graças ao contributo precioso deste futrica que, apesar de nunca ter frequentado a Universidade de Coimbra, foi mais académico do que muitos que por ela passaram. A sua arte superior permanecerá para sempre, neste país que tão mal trata os seus melhores valores. Artur Paredes foi um guitarrista genial, “o génio revolucionário da guitarra coimbrã”. Muitos julgarão que a guitarra de Coimbra tenha começado com ele, mas não é bem assim. Seu pai - Gonçalo Paredes, que se formou na Universidade em 1912, e seu tio, Manuel Paredes - foram seus antecessores na arte difícil de tocar guitarra. Artur Paredes foi, assim, o continuador de uma tradição familiar. Tradição familiar, aliás, cujo testemunho passou a seu filho - Carlos Paredes - outro genial guitarrista. Segundo Nélson Correia Borges “Artur Paredes foi o grande fenómeno da guitarra de Coimbra, afastou-a definitivamente da sua irmã de Lisboa, introduzindo-lhe características que melhor se coadunavam com o estilo coimbrão, designadamente o formato da caixa harmónica. Desenvolveu uma técnica insuperável de que foi herdeiro seu filho Carlos Paredes. Introduziu nas suas “variações” a música popular, com predominância da música “futrica” de Coimbra, com extraordinário virtuosismo. Ninguém como ele toca a “Balada de Coimbra”, que passou a encerrar todas as serenatas. Paredes nunca cursou a Universidade, embora a Academia o considerasse como membro seu. De sua profissão “empregado bancário”, Artur Paredes participou em muitos Saraus da Tuna e do Orfeon, até ir residir para Lisboa em 1934. Em Agosto e Setembro de 1925, Artur Paredes deslocou-se ao Brasil, como “artista adjunto” da Tuna Académica.Mas, para que todos os astros se conjugassem para produzir a “geração de oiro” do Fado de Coimbra, Artur Paredes foi contemporâneo de cantores e autores como Edmundo Bettencourt, António Menano, Paradela de Oliveira, Lucas Junot e Armando Goes.
in Piolhoso

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Já tinha ouvido muito do Artur Paredes, pai de Carlos Paredes. Desconhecia a sua biografia.

8:24 da tarde  

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