PORTELA - Quatro moradores intoxicados pelo fumo

Incêndio desaloja quatro famílias na Portela

Quatro famílias do n.º 8 da Rua D. Henrique, na Portela, vão ficar fora de casa durante os próximos dias depois de um incêndio ter danificado o interior dos apartamentos. Quatro pessoas tiveram ainda que receber assistência médica devido à inalação de fumo. Passava pouco das 02h00 de ontem quando os moradores se aperceberam das chamas que saiam da cozinha do 4.º esquerdo. O alarme foi dado por vizinhos de prédios contíguos, que começaram a tocar às campainhas.
“As labaredas eram enormes. Atingiam uma altura de dois andares”, relatou um morador no nono andar. As fracções do 4.º esquerdo e os dois pisos imediatamente acima registaram os maiores danos e foram os residentes destes apartamentos que sofreram intoxicações por inalação de fumos. “Houve pessoas que entraram em pânico, principalmente as mais idosas que quando acordaram só viram um fumo negro e espesso”, acrescentou.
Os proprietários dos apartamentos afectados não estavam ontem no local, mas os vizinhos acreditam que “as casas estão em condições de habitar depois de uma boa limpeza”.
O coordenador da Protecção Civil de Loures, Joaquim Vicente, adiantou que “nenhum residente solicitou o realojamento”, uma vez que “a estrutura das habitações não está danificada”. Mesmo assim, o responsável garantiu que hoje de manhã “será feita uma vistoria ao prédio para determinar as condições de segurança do mesmo”.
Ontem, ao fim da tarde, apenas a proprietária do apartamento onde deflagrou o incêndio, de 50 anos, continuava hospitalizada, mas o seu estado não inspirava cuidados de maior, assegurou uma fonte dos bombeiros.
As causas do incêndio ainda não estão apuradas, mas a mesma fonte adiantou que o fogo teve início na cozinha, tendo-se propagado às divisões contíguas.

MORADORES CONTESTAM SOCORRO
INEM
Uma moradora garantiu ter ligado para o INEM e lhe terem “desligado o telefone na cara”. Outra moradora relatou que “ninguém atendeu no 112”. Testemunhas relataram que o INEM só veio “45 minutos depois de ter sido chamado”.
BOMBEIROS
Os residentes contestam também a situação dos bombeiros. “Os de Sacavém rejeitaram a chamado porque era na área dos de Moscavide. Estes vieram, mas estavam tão desorganizados que até chamavam nomes uns aos outros durante a evacuação.”
BOCAS DE ÁGUA
Na Rua D. Henrique não existem bocas de incêndio: “O que há são umas torneiras que servem para lavar os pátios dos prédios e as ruas, mas, como não estão assinaladas como boca de incêndio estão sempre bloqueadas por automóveis estacionados."