13 abril 2009

A crise na " côltora "

Noutro dia, na rádio, tive que ouvir um barrigudo da SPA (sociedade portuguesa de autores) a queixar-se sobre a pirataria. Não tenho a certeza, mas penso que desta vez o pretexto foi ir fazer queixinhas ao procurador-geral da república e pedir uma acção mais musculada contra o pessoal que partilha ficheiros, esses criminosos.
É que parece que a pirataria está a deixar os agentes culturais muito pobrezinhos, coitadinhos. E agora com a crise…
Eu não tenho a certeza, mas parece que entre estes agentes culturais estarão músicos e editoras musicais. Ora, a estes gajos eu tenho a dizer, bem feito! Já tiveram tempo de perceber que as coisas mudaram. E o que é que fizeram? Nada! Foram atrás de meia dúzia de criminosos a ver se assustavam os outros. E que tal melhorar a qualidade do produto que oferecem? Não seria boa ideia? Por acaso, no sábado (ou domingo) passado estava a fazer zapping e parei na rtp 2 que estava a transmitir os Brit Awards. Reparei que andava por lá a Kylie e, como não estava a cantar, decidi deixar ficar um bocado.
Fui continuando a ver, e confesso que senti um fascínio mórbido, aquele que nos obriga a olhar para um acidente de viação quando passamos por ele. Ou seja, vi aquilo até ao fim. De cada vez que surgia um novo grupo, a única coisa que me vinha à cabeça era um bocado de uma letra duns gajos que se chamavam “os cães, a morte e o desejo” (acho eu, não tenho a certeza) que dizia qualquer coisa como: “ò elvis, que merda é esta? já conhecemos esta palhaçada”. É que tudo o que era apresentado como grande novidade, não era mais do que um remake fraquinho de coisas que já todos estamos cansados de ouvir. Os gajos mais originais que por lá apareceram foram os Pet Shop Boys (mas a minha opinião sobre eles não é, nem nunca será imparcial. eles são os maiores).
E portanto, pus-me a pensar (coisa rara) se seria assim que estes gajos querem vender discos. Será que aquela gente acha que aquilo tem o valor do preço que nos levam por um cd? Ainda por cima enfiado numa caixa de plástico mal amanhada, com umas fotografias fanhosas e com um som terrível? Eu acho que não…
Esta história do preço dos cd’s também tem muito que se lhe diga. Eu sou um pirata confesso (a spa que venha atrás de mim). Infelizmente, a pirataria têm-me saído cara. Porque há (muitas) coisas que saco, de que realmente gosto, e acabo por comprar. Compro sobretudo coisas que, para além de boa música, são edições cuidadas. Quer do ponto de vista gráfico, quer do ponto vista dos materiais utilizados. Como na maior parte das vezes são coisas relativamente obscuras e em edições pequenas, acabo por comprar directamente às editoras ou aos músicos (e geralmente são coisas caras, entre os 6 e os 12 aéreos). Um dos últimos que comprei não caia nesta categoria. Está disponível em qualquer loja de discos razoável. No entanto, acabei, novamente, por comprar directamente no site da editora.
A coisa, com portes incluídos (da estranja) ficou-me em 11,5 aéreos. Na FNAC custa 15,95 (porque está em brutal promoção, antes custava 20,50)…
Então afinal para onde vai o dinheiro? Eu parto do princípio que a editora dê uns tostões aos músicos, descontados do 11,5. Portanto, esses estão pagos. E os restantes 4,45 (partindo do ingénuo princípio que a fnac os compra a 11,5), são para quem? É para isso que querem que compremos discos? Para alimentar barrigudos? Ide dar uma ganda volta!…
p.s desculpem lá o tamanho do desabafo, isto está tão grande que nem eu tive pachorra para voltar a ler :)

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