21 junho 2010

Diana Baptista, a melhor aluna de 2009

Uma entrevista do Noticias da Portela a Diana Baptista
Nem só de más notícias vive o nosso mundo. Diana Baeta Baptista, 19 anos, aluna da Escola Secundária da Portela,
foi em 2009, quando concluiu o 12.º ano, a melhor aluna a nível nacional. Foi uma das doze mulheres que Sócrates homenageou numa iniciativa comemorativa dos cem dias de governo, no âmbito da promocão da igualdade entre géneros. Decidimos entrevistá-la para perceber como é a sua vida. Afinal, a nova geração não está perdida.
Há quantos anos vives na Portela?
Apesar de não viver na Portela desde 2003, foi na Portela que passei a maior parte da minha vida, até aos 12 anos como moradora e durante os seis anos seguintes como aluna da Escola Secundária da Portela. Hoje em dia, continuo a ir frequentemente à Portela, sobretudo a casa de amigos e ao Centro Comercial
O que fazes neste momento?
Estou a tirar o curso de Administração e Gestão de Empresas na Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais (FCEE) da Universidade Católica Portuguesa.
Como passas os teus dias?
Tenho aulas todas as manhãs e tento aproveitar ao máximo as tardes livres para pôr a conversa em dia com os amigos que foram para outras faculdades. A sexta-feira à noite continua a ser o dia de eleição para saídas ou idas ao cinema e o fim-de-semana o momento escolhido para passear e ver algumas exposições com a família.
O que achas relevante os nossos leitores saberem acerca de ti?
Gostava de vir a contribuir para a abolição das touradas em Portugal e de viajar pelo mundo com uma mochila às costas.
O que é para ti o melhor da Portela?
É notória a melhoria ao nível das infra-estruturas e espaços verdes que tem sido levada a cabo na Portela nos últimos anos. Finalmente temos um complexo desportivo de alta qualidade, com o conjunto do novo pavilhão gimnodesportivo da Escola Secundária, a inauguração das piscinas há tantos anos prometida, e a construção do novo campo de jogos. Também a melhoria dos espaços verdes e as floreiras espalhadas pela freguesia tornam-na mais bonita e acolhedora a todos quantos nela moram ou a visitam.
E o pior?
A insegurança é sem dúvida o aspecto que mais precisa de ser melhorado na Portela. A segurança é um aspecto fundamental para a estabilidade na vida em sociedade, pelo que considero que esta deveria ser a principal prioridade dos autarcas.
O que pensas da nossa urbanização?
Em pequenina adorava os prédios todos iguais, tipo “caixa de fósforos”, seguidinhos uns atrás dos outros, num nível de homogeneidade tal que é inconfundível e caracteriza a filosofia de assemelhar a freguesia a uma espécie de condomínio de grandes dimensões. Apesar de hoje em dia valorizar preferencialmente a diferença/diversidade, não posso deixar de reconhecer que a semelhança dos prédios contribui para a formação de um padrão e uma regularidade típica que faz da Portela o bairro que é.
O que achas da vida de bairro que tão caracteriza a Portela?
Apesar de se situar na periferia de Lisboa, há muito na Portela a cultura bairrista que já só existe em alguns bairros típicos da capital ou de certas localidades do interior. É impossível para alguém que tenha morado alguns anos na Portela passear na rua ou ir ao Centro Comercial sem se cruzar com vizinhos ou conhecidos de quem tem notícias, mesmo que já não se encontre com eles há já algum tempo.Há muito a cultura do encontro (na esplanada do café, no jardim, entre outros locais de referência) onde se fala de tudo um pouco, e onde começam muitos dos boatos que fazem das “tricas” algo relativamente habitual entre os moradores e os vários grupos, dos jovens aos mais velhos. Apesar deste aspecto, a meu ver, menos positivo da vida bairrista, há outros que a valorizam, nomeadamente o espírito de entreajuda potenciado pelo ambiente de familiaridade que aqui se estabelece com grande facilidade.
O que achas que está em falta?
No seguimento do que disse anteriormente, falta polícia e vigilância nas ruas da Portela, sobretudo junto às escolas.Com as piscinas finalmente construídas e o novo ginásio em funcionamento, considero que muito do trabalho que estava em falta foi já realizado. Contudo, perduram alguns aspectos a melhorar, como a colocação de dispositivos com sacos de plástico para recolha e depósito das “prendas” indesejadas dos nossos amigos de quatro patas e alguma fiscalização para penalizar e sensibilizar os donos que não respeitam as regras básicas da cidadania.
Quais os teus hábitos de estudo?
Geralmente costumo tentar acompanhar a matéria e não deixar tudo para estudar à última da hora, se bem que isso nem sempre é fácil e acabo por fazer a maioria do estudo quando a data dos testes se aproxima. Em termos de hábitos de estudo, considero que não há uma fórmula milagrosa para o sucesso, e portanto procuro adoptar em cada situação o método à situação concreta, isto é, escolher o que mais se adapta à disciplina em causa, tendo em conta a disponibilidade de tempo (e também de paciência e interesse pela matéria…).
Consideras-te uma referência para outros estudantes?
Não tenho qualquer relutância em dizer que não me considero uma referência para ninguém. Acredito que cada um se deve guiar por si próprio, tentar fazer o melhor que sabe e tentar ultrapassar-se a cada momento, sem olhar para os outros, para o que são ou para o que eventualmente pensamos que esperam de nós.
O que mais te motiva para estudar?
É esse desejo de me ultrapassar e fazer o melhor que sei que me motiva a estudar e a desempenhar qualquer outra actividade, não descurando a importância do gosto por uma dada área de estudo em particular enquanto factor motivador que me alicia a tentar vencer os desafios e aprender mais.
Como te vês daqui a 10 anos?
Não faço a mínima ideia de como estarei daqui a 10 anos. É um horizonte temporal muito amplo (mais de metade da minha vida, para ser mais precisa), pelo que são muitas e tão díspares as possibilidades de desenvolvimento pessoal e profissional que não consigo, objectivamente, traçar qualquer previsão com o mínimo de segurança.
Como foi para ti ser a melhor aluna?
É óbvio que toda a gente sente prazer e alegria ao ver o seu esforço reconhecido. Este é sem dúvida também um factor aliciante que me leva a procurar empreender e a tentar vencer os desafios.
Sentes que para seres melhor aluna a tua vida social é posta de parte ou diferente de a da maioria dos teus colegas?
É óbvio que houve programas que decidi não fazer se eram em véspera de testes e precisava de estudar, mas não acho que tenha sido particularmente condicionada pela pressão dos testes e dos trabalhos. Cada vez mais, acredito que basta que a pessoa seja capaz de se organizar para conseguir fazer o que lhe dá mais prazer e não descurar a vida académica.

Entrevista de: Teresa Cadete do NP

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1 Comentários:

Blogger Blogg disse...

Gostava de perguntar a esta aluna porque é que decidiu ir para esse curso em vez de outros como medicina ou engenharia e dentro de gestao, porque é que decidiu ir para a católica em vez da pública. Alguém me arranja um contacto?

9:52 da tarde  

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