Nos fins dos Anos 50 do século passado o Ministério das Obras Publicas de Duarte Pacheco fez desenvolver alguns estudos atraves de Planos de Fomento e de Desenvolvimento para soluções de habitação social quer no interior de Lisboa quer nos seus arredores, para apoio à Industrialização do País.
Quer com o desenvolvimento industrial que se previa na faixa de Cabo Ruivo ate Vila Franca de Xira quer com as grandes obras do Prolongamento do Aeroporto, do Matadouro Municipal,do Laboratório, dos Quarteis, da 1ª Circular de Lisboa e da auto Estrada do Vale do Tejo havia que acomodar as gentes e suas familias que vieram trabalhar para a Grande Lisboa e se tinham abarracado aqui na zona.
Alem do Bairro da Encarnação que ocupou uma área significativa de varias quintas foi projectado para 2500 familias e que começou a ser construido em finais dos anos 40.
Encaixada no triângulo de vias rápidas ja projectadas na época ( Auto Estrada do Vale do Tejo - 1ª Circular de Lisboa ( hoje Av.Alfredo Bensaude) - Circular Externa de Lisboa (hoje CRIL ) o Ministério das Obras Publicas pressiona a Câmara de Loures e de Lisboa a entenderem-se com os donos das 7 quintas que existiam nesta área. Por não concordância com essa iniciativa ,o Patriarcado fez retirar desse Ante Projecto as Quintas do Cabeço ( vulgo Quinta do Seminário) e a Quinta dos Candeeiros ( vulgo Quinta das Freiras).
Assim o entendimento foi obtido entre os donos das outras 5 Quintas: da Alegria, Ferro, Casquilho,Carmo e Vitoria.
Com o Arquitecto Fernando Silva no inicio dos anos 60, arranca assim um Ante Projecto para a Urbanização da Portela com mais de 4.200 fogos, ultrapassando largamente os 2500 previstos nos anos 50. Isto levou à demissão de um Presidente da Câmara de Loures.
Manuel da Mota, empreiteiro da zona de Pombal, acaba por adquirir o Projecto e os terrenos das varias Quintas.
A Urbanização da Portela foi um projecto que se enquadrava então dentro das 3 vias rápidas que nos fins dos anos 50 foi proposto e incentivado pelo Ministério das Obras Publicas de Duarte Pacheco e mais tarde por Arantes e Oliveira.
Nessa altura houve entendimento entre as freguesias de Sacavem e de Moscavide por parte de Loures e dos Olivais por parte de Lisboa para que a Urbanização da Portela fosse para a frente com todas as infraestruturas que hoje se conhecem.
Por tudo isto não era utópico que a Freguesia da Portela quisesse obter o territorio que ja nos anos 50 estavam destinados a esta futura Urbanização.
Moscavide tambem teve um processo idêntico nos anos 30 aquando da criação da sua freguesia com territórios subtraídos às freguesias de Sacavem e dos Olivais.
Pena é que muito recentemente as largas Avenidas e Ruas que tanto caracterizaram o Projecto do Arq. Fernando Silva tenham sido diminuidas para instalação de uma duvidosa ciclovia que atormenta a acalmia dos moradores da Portela quando deixou espaços fantasticos para poderem ser trabalhos no futuro. A categoria e o saber dos tecnicos de hoje em dia que interferem na Portela, nada têm a ver com a classe, categoria e visão de futuro de Fernando Silva.
Sendo como foi um arquitecto metódico e rigoroso que não permitiu que empreiteiros, engenheiros e outros arquitectos alterassem o que fosse na escolha da qualidade da construção e dos seus materiais, vêsse hoje um colorido desgarrado dos seus prédios com cores "parecidas" às cores que muito bem definiu com o Ral e os pantones das cores da Portela.